PT | EN



Calendário:
Ciclo "Cultura Viva"
Data:
07/12/2018 19:00 - 21:00
Localização:

Descrição

ENTRADA LIVRE

Ana Vieira Leite – Soprano
Hugo Sanches – Alaúde e Tiorba 

Luzes e sombras na música da Europa Barroca
O século XVII assistiu a uma transformação profunda de paradigma no pensamento e criação musical. Até então uma das sete artes liberais inserida no quadrivium das ciências matemáticas, a música aproximava-se agora da arte do orador, deixando de ser o espelho e símbolo de uma ordem transcendente para se transformar em veículo de representação e comunicação das emoções humanas.
Esta transformação materializou-se no nascimento do recitativo e da ópera, e na emancipação da utilização da dissonância. Tudo era agora musicalmente permitido ao serviço da Palavra e dos afectos que esta transmite, até mesmo infringir o robusto conjunto de regras que presidia à arte da composição, se para tal o texto o justificasse.
Quer fosse em contexto sacro, quer em profano, os compositores procuravam através do som, nas suas múltiplas possibilidades de tratamento rítmico, melódico, harmónico e tímbrico, ilustrar e potenciar o conteúdo poético do texto, definindo-se assim o objectivo principal da música, nas palavras de Claudio Monteverdi, como movere gli affetti.
Acompanhada pelo alaúde, símbolo da lira de Apolo no imaginário humanista, a voz humana - o mais eloquente e primordial dos instrumentos - retrata nesta viagem às nuove musiche que emergiam no seiscentos, os muitos matizes, cores, luzes e sombras da vasta paleta de emoções, paixões e contradições que, tanto então como hoje, nos definem em grande parte como seres humanos.


7 CV2018 07DEZ Ana Vieira Leite Foto reduzida Ana Vieira Leite – Soprano
Natural de Braga, iniciou os estudos no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian com Liliana Coelho. Licenciou-se em canto com vinte valores na ESMAE na classe de António Salgado, obtendo posteriormente a pós-graduação em Ópera. Enquanto bolseira da fundação Gulbenkian frequenta o Mestrado em Interpretação Artística na ESMAE e na Haute École de Musique de Genève sob orientação de António Salgado e Alexander Mayr.
Em 2017 ganhou o Prémio Helena Sá e Costa tendo sido também premiada em 2011, 2012 e 2013 no Concurso Nacional de Canto de Conservatórios de Música.
Interpretou, entre outros papéis, Fiordiligi e Despina (Così Fan Tutte), Polly (Ópera dos 3 vinténs), Cupidon (Orfée aux Enfers de Offenbach) e Pinocchio na estreia nacional da obra homónima de Valtinoni.
A solo interpretou obras como Rückert Lieder e a 4ª Sinfonia de Mahler, Magnificat de Bach, Litaniae Lauretanae de Mozart e Dixit Dominus de Haendel sob direção de maestros como Thomas Hauschild, Joana Carneiro e António Saiote.

7 CV2018 07DEZ Hugo Sanches Foto reduzida Hugo Sanches – Alaúde e Tiorba 
Nasceu no Porto em 1973.
É mestre e licenciado com nota máxima em Música Antiga pela ESMAE, pós-graduado em Psicologia da Música pela Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto e doutorado pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
É professor no Curso de Música Antiga da ESMAE e investigador integrado do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra.
Enquanto intérprete atua quer como solista quer integrando diversos agrupamentos de câmara e orquestras. Gravou os CD Kleine Musik, Diáspora.pt, Silêncio, Pedra Irregular, Vento e Terra com o grupo Sete Lágrimas e Vai-te Cuca e Volto já com o Cardo Roxo. Estreou diversas obras de compositores contemporâneos como João Madureira, Ivan Moody, Andrew Smith e Dimitris Andrikopoulos.
Criou em setembro de 2015 O Bando de Surunyo, ensemble que dirige e onde materializa o intenso e apaixonado trabalho de investigação e divulgação do património musical português e ibérico dos séculos XVI e XVII.

 

FMAM CiclodeMusica Facebook post

 


voltar